Cap. 13 - Anos 1960

1961

Depois de 03 anos a loja ficou pequena novamente, surgiu a oportunidade de locar a loja vizinha, eles não hesitaram em 1961 a loja tinha cerca de 800 m2 de área de vendas, ocupando os imóveis da Rua Cavalheiro Basílio Jafet 128/134.

Área ampliada, ramos ampliados também, novos segmentos: perfumaria, papelaria, plásticos e brinquedos.

Nesta época houve a mudança no contrato social da empresa de Irmãos Rayes para Irmãos Rayes ltda.

No segmento de armarinhos trabalhavam com todos os grandes fabricantes da época e nos anos 60 uma novidade: renda em algodão fabricado em Santa Catarina modelos exclusivos para a Irmãos Rayes, vendidas em caixas com 10 peças e com 20 metros de comprimento cada uma das peças foi um grande sucesso de vendas!

No segmento de meias e malhas as tradicionais fabricas de moda íntima entre elas duas que ficaram no tempo: MARTRIC (Tricotagem Alfredo Marquardt de Joinville/SC encerrou atividade em 1990) e Têxtil Cyrus (de Jaraguá do Sul/SC encerrou em 2008), foram grandes fornecedores, mas a cada ano a Hering se firmava como maior fornecedor do segmento de malharia, camiseta básica da Hering era o carro chefe das vendas.

 

 

Cama, mesa e banho a Irmãos Rayes distribuía diversos produtos com destaque para os seguintes fornecedores: Garcia, Artex, São Carlos, Lepper e Teka (representada pelos irmãos Tuma).

 

 

No segmento de perfumaria: pentes de cabelo Flamengo, rede de cabelo Guanabara, bobs com e sem capa, creme dental Kolynos e Colgate, Talco Granado e Talco Cashmere Bouquet, Pó de Arroz Lady, Leite de Colônia, Leite de Rosas e um grande sortimento de sabonetes: Gessy, 04 estações, Palmolive, Original... e uma novidade sabonete Irmãos Rayes!

 

 

Nos anos 60 a Irmãos Rayes comprou a produção anual de um fabricante de sabonete do Rio de Janeiro, a cada ano o contrato de compromisso de exclusividade era renovado e novas fragrâncias e formatos lançados.

O Sabonete Rayes foi outro grande sucesso de vendas nos anos 60!

No segmento de brinquedos o comprador era o Elias e o setor ficava na esquina da loja (Basílio Jafet X Jorge Azem) e era a “área” do Diamil ele que gerenciava as vendas e exposição.

Próximo do final do ano Elias ia almoçar na Estrela, que era o maior fornecedor na época, e passava a tarde fazendo as compras... chegavam carretas de brinquedos, na época de natal as bicicletas eram expostas na rua,na esquina da Basílio Jafet X Jorge Azem, além de brinquedos a Irmãos Rayes vendia muito bem utilidades domésticas segmentos que fortaleceu o movimento de varejo.

Brinquedos que marcaram época: (por Cláudio A. Buratto)

 

 

 

PREÇO DE ATACADO: UM SEGREDO GUARDADO A SETE CHAVES

Com o aumento das vendas no varejo, não só nos Irmãos Rayes como em toda a região, as lojas tinham duas tabelas de preços: Atacado e Varejo.

O preço no atacado era tratado na época como estratégia comercial, havia os dois preços marcados nas mercadorias: o de varejo expresso em moeda corrente e logo abaixo um em letras com o preço de atacado, desta forma o preço era diferenciado para os revendedores e ao mesmo tempo evitava que os concorrentes descobrissem os preços de atacado visto que o preço é fator determinante para a decisão da compra no atacado.

Para criação do código a palavra tinha que ter 10 letras sendo que nenhuma podia ser repetida.

E o código secreto da Irmãos Rayes era...

C
O
N
Q
U
I
S
T
A
R
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0

 

Segredo revelado agora você já é capaz de descobrir o preço de atacado do "Saldão do Nagibão" (foto abaixo)... falar em Nagib vamos aos colaboradores dos anos 60...

 

Agora sim... C,SR = CR$ 1,70

 

 

Colaboradores:

Nos anos 60 eram cerca de 70 funcionários, Elias sempre brincava que a Irmãos Rayes era a ONU das 25 de Marco, tinha japoneses, italianos, portugueses, libaneses, sírios, egípcios...

 

 

A mistura de nacionalidades era na verdade o retrato do Brasil da época dentro dos Irmãos Rayes, imigrantes com vontade de trabalhar e vencer e trabalharam bem e muito...

Das diferentes culturas e idiomas saiam algumas pérolas como esta:

- Confere! Gritava o balconista com sotaque italiano.

- Si, eu confere! Respondia o conferente egípcio.

- seis dúzias leite de calúnia... conferido! Terminava o conferente.

E assim mais 72 frascos de leite de colônia eram vendidos pela Irmãos Rayes nos idos anos 60.

 

COLABORADORES ANOS 60:

Roberto Pereira

Sem dúvidas um dos melhores funcionários que passaram pela Irmãos Rayes em todos os tempos.

Contador começou em 1957 e trabalhou com a família Rayes ate 2009, corretíssimo, sempre atualizado tinha na cabeça todas as leis trabalhistas e obrigações fiscais, impecável na organização chefiava cinco funcionários dos departamentos Contábil e de RH.

Foi um grande colaborador que deixou saudades, faleceu em 2011.

 

Claudio Antonio Buratto

Começou a trabalhar na Irmãos Rayes como balconista em 1963.

Na época eram 22 balconistas cada qual com a sua clientela a Irmãos Rayes sempre foi focada no atacado e Claudio não achou espaço para crescer como balconista... pediu para trabalhar como repositor/arrumador e, em dez dias deu outra cara para a loja, melhorou a exposição das mercadorias, até produtos que não estavam vendendo bem começaram a girar.

Trabalhador, versátil, com boas iniciativas foi crescendo na loja e em 1968 foi para o departamento de compras auxiliando o Elias e o Nassif, em meados de 1970 era comprador de alguns itens e nos anos 80 tornou-se comprador sob supervisão do Elias.

Trabalhou e bem na Irmãos Rayes por 40 anos, outro que deixou saudades...

Aposentado mora em Guarulhos/SP.

 

 

Casamento dos funcionários: Claudio e Dolores

 

Claudio Antonio Buratto em 2015

 

Fumanari Kawassaki (Paulo)

Foi o melhor balconista entre 1960 a 1966, além de rápido e bom negociador, ele era bom de marketing também. Primeiro adotou o nome de Paulo, mais fácil para memorizar e, percebendo que os grandes clientes do nordeste naquela época eram na maioria de origem árabe, Paulo aprendeu a falar o árabe e não falava só o básico não... além de fidelizar os clientes de origem árabe, conquistou outros grandes também de origem árabe, que se encantavam em ver um japonês falando em árabe, alem de ser muito atencioso.

 

Shigeji Takeda

Natural de Yamagata/Japão nascido em 1921 chegou ao Brasil em 1935 e começou a trabalhar na Irmãos Rayes em 1962 até 1978, excelente vendedor dos anos 1960/1970, Takeda atendia grandes clientes de todo o Brasil.

IRMÃOS RAYES FINAL DOS ANOS 60

 

 

 

 

 

 

 

 

Fornecedores:

 

Rendas Ipiranga: fundada em 1945 a indústria de rendas Ipiranga hoje e administrada pela terceira geração, seu principal produto e a renda 100% algodão a fabrica disponibiliza cerca de 200 modelos diferentes.

 

Rendas Paraíba: Fundada em 1951 por dois alemães Wihelm Franz Konig e Ernest Golsmann e um brasileiro Lélio Garcia a fabrica de Rendas finas Paraíba tem uma produção diária de 40.000 metros de renda de algodão nacional e esta localizada na cidade de Paraíba do sul/RJ.

 

Estrela:A tradicional fábrica de brinquedos foi o maior fornecedor deste segmento da Irmãos Rayes, fundada em 1937 a Estrela abriu seu capital em 1944 em 1962 muda-se do bairro do Belenzinho para um grande parque industrial localizado no bairro Parque Novo Mundo.

Nestes 78 anos de existência a Estrela já produziu cerca de 25.000 brinquedos diferentes e vendeu cerca de 1 bilhão e 200 milhões de unidades.

 

Hering: Uma das maiores e mais tradicionais malharias do mundo a Hering foi fundada em 1880 em Blumenau/SC pelos imigrantes alemães Hermann e Bruno Hering, em 1964 abre seu capital e hoje conta em seu portfólio as seguintes marcas: Hering, Hering for you, PUC, Hering Kids, Dzarm, além de franquias. A tradução de Hering do alemão para o português é: Arenque (peixe parecido com a Sardinha) e os dois peixinhos do tradicional logo representa os irmãos Hermann e Bruno Hering.

NOVOS NEGÓCIOS

CONSTRUÇÃO CIVIL

Entre 1966/67 os irmãos Rayes iniciaram um novo negócio: a construção de imóveis residenciais, construíram sobrados nos bairros de Jabaquara e Vila Mariana e todos foram vendidos rapidamente com excelente lucro.

Depois do sucesso com as vendas dos sobrados o próximo empreendimento seria um edifício residencial também na Vila Mariana, com 10 pavimentos, quatro apartamentos por andar com 02 dormitórios e uma vaga de garagem e já tinha um nome do edifício: Alia Rayes.

Dona Alia, Violeta, Genny e Diamil moravam juntos em casa própria, Elias, Mansur e Nassif moravam em casas alugadas (todos moravam no bairro do Paraíso), casados com filhos e família formada, acharam que seria melhor deixar o projeto do edifício de lado e comprarem as casas próprias.

Elias comprou uma espaçosa casa no bairro da Aclimação, próxima do parque, iniciou uma reforma e concluída muda com sua família para a nova residência no final dos anos 60.

Mansur e Nassif compraram um terreno de 1100m2 no Planalto Paulista, divido 550m2 para cada e em 1967 começaram a construir as casas, aliás, as casas eram “gêmeas”.

Atualizado em 01/12/2019

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