Cap. 9 - Anos 1990
Falecimento:
Em 30/08/1999, aos 84 anos, Elias Rayes falece.
Elias era um exemplo de diplomacia, resolvia tudo e qualquer problema usando sempre a razão, o bom senso e a justiça.
Paciente, amável, tinha um raciocÃnio rápido e uma memória fantástica.
Ensinou-nos que a maior sofisticação é a simplicidade e o maior status é a humildade.
Pai maravilhoso, tio querido, saudade eterna!
Elias e suas irmãs Genny e Violeta e os netos Christian e Alexandre em 1993.
Elias Rayes, sua esposa Graciette os filhos Sandra, Alfredo, Ricardo e seu irmão Mansur Rayes em 1964
Elias Rayes
ELIAS RAYES por Alfredo Rayes:
O meu pai foi a inspiração da minha vida dele veio o norte das minhas ações, a famÃlia que constitui. A cada dia que passava sabia que um dia iria perdê-lo para Deus, mesmo após sua passagem ele continua no meu coração e a me conduzir. Espero ser pai para os meus filhos, assim como ele foi para mim.
ELIAS RAYES por Ricardo Rayes:
Depoimento sobre meu Pai, Elias, aparentemente muito simples de fazer. O óbvio – homem bonÃssimo, honesto, honrado, altruÃsta, excelente pai, e poderia continuar, pois não faltariam bons adjetivos para descrevê-lo.
Dizer que foi um exemplo também seria comum demais. Na verdade entendo que cada pessoa nesse mundo é um exemplo de algo, conforme o talento que lhe foi dado quando nasceu, seja um dom pela arte, esporte, ciência ou outro qualquer.
Meu pai nasceu com o talento de conquistar as pessoas com seu jeito de falar, contar histórias, ajudar, entender e ouvir. E claro, trabalhar, usando esse seu dom para cativar todos, e que foi um dos motivos de seu sucesso e que nos conforta até hoje.
Também simples. Não se importava com carros, viagens e outros mimos. Nem sabia dirigir, mas ficava feliz ao nos ver nos bons carros que nos dava. Orgulhava-se de ir para a loja com Mercedes de motorista, que era o ônibus que pegava todos os dias, com chuva ou sol.
Gostava de se vestir bem, e não lembro um dia em que tenha ido trabalhar sem paletó, e às vezes de chapéu, pois acho que o fazia se lembrar dos tempos de juventude.
Uma das paixões que tinha era comer amendoim, que ele mesmo torrava, e guardava no bolso. Era enfiar a mão no bolso dele para voltar com a mão cheia de casca. A outra era ouvir os jogos do Corinthians pelo radinho de pilha. Era ele o radinho colado no rosto e ninguém podia interromper. E coitado daquele nariz, que ele não parava de cutucar.
Privilegiados aqueles que puderam conviver com ele, mesmo que por pouco tempo, pois tiveram a oportunidade de estar ao lado de uma pessoa que se não santa, faltou pouco para chegar a tal.
Fui agraciado por ter tido essa convivência por 39 anos. E foi pouco, muito pouco. Ele já nos deixou há muitos anos e não tem um dia que eu não me lembre dele com saudade. Não existe uma semana em que eu não sonhe à noite com ele, de tão presente que está em minha mente. Talvez esteja me acompanhando sempre, principalmente agora que escrevo, e não percebo.
Meu pai querido. Onde estiver.